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Mensagem para o tempo do Advento

Vigiai e orai em todo o tempo para que possais livrar-vos de tudo o que vai acontecer e comparecer diante do Filho do homem.
(Lc 21, 34-36)

No dia 1 de Dezembro do ano em curso, iniciamos um novo ano Litúrgico, Ano C – Tempo de Advento, tempo esse caracterizado pela expectativa e preparação, tempo forte para a nossa caminhada cristã e tempo que nos prepara para a manifestação do grande amor de Deus na nossa vida, o Natal do Senhor.

Neste tempo forte teremos a companhia amiga e fraterna do Profeta Isaías, de São João Baptista e da Imaculada Virgem Maria, cuja festa celebramos no dia 8 de Dezembro.

Para viver este tempo forte do Advento, o texto bíblico de abertura desta reflexão convida-nos à vigilância e a oração para livrar-nos “de tudo o que vai acontecer e comparecer diante do Filho do Homem” (cf. Lc 21, 34-36). A vigilância e a oração são duas atitudes que os discípulos de Cristo devem ter neste mundo ao caminhar ao encontro do Senhor, de modo que Este, os possa dizer “Felizes” e, ao mesmo tempo, confiar-lhes aqueles bens que não passam: Feliz o servo a quem o Senhor, ao voltar, encontrar assim ocupado. Em verdade vos digo: Há-de confiar-lhe todos os seus bens (cf Mt 24, 46-47).

Não deixemos que o medo nos subjugue, paralise e nos faça sucumbir; mas sim, vivamos caminhando vigilantes e confiantes no Senhor. Há muitos irmãos nossos vivendo em situações muito difíceis e desumanas, gritando e clamando por nós, a fim de sermos sinais da presença do amor de Deus, sinais de esperança. Ergamo-nos, pois e levantemos a cabeça, pois o Senhor vem.

Preparemo-nos para a vinda do Senhor pautando por uma atitude de constante vigilância, abertura, atenção, prudência, cuidado, cautela de modo que o Senhor nos encontre preparados à Sua chegada e em condições de O acolhermos nos nossos corações e nas nossas vidas. Comecemos já a acolhê-lo que Ele vem todos os dias através dos Sacramentos e dos mais pobres que vivem ao nosso lado.

Portanto, enquanto caminhamos em direção ao Natal do Senhor, cultivemos em nós, nas nossas famílias, no meio onde exercemos a nossa missão e na sociedade em geral, sentimentos de paz e de misericórdia, de justiça e de amor, de perdão e de reconciliação, de humildade e de alegria e as virtudes da Fé, Esperança e Caridade; que a oração seja a nossa força.

Este é um tempo de graça que mais uma vez o Senhor nos oferece viver, dando mais um passo para o nosso crescimento espiritual e temporal. Seja efectivamente para todos nós um tempo especial de graça.

Temos à nossa frente oportunidades únicas, oportunidades para reflectirmos, renovarmos a nossa esperança e recomeçarmos a nossa caminhada com o novo Ano Litúrgico, o Advento, o Natal do Senhor, o Jubileu 2025 que já se vislumbra diante de nós e o VIII Centenário do Cântico das Criaturas dentro das vivências dos Centenários da nossa Família Franciscana.

O Jubileu de 2025, cujo tema é “Peregrinos de Esperança” é tempo de graça para todos nós, e que ninguém se sinta excluído. Como sabeis, o Jubileu será oficialmente aberto no dia 24 de Dezembro de 2024, às 19 horas de Roma, com a Celebração Eucarística presidida pelo Santo Padre o Papa Francisco na Praça de São Pedro e seguida do Rito de Abertura da Porta Santa. Este Ano Santo, como diz o Papa na Bula de Proclamação, será caracterizado pela esperança que não conhece ocaso, a esperança de Deus. Deixemo-nos, desde já, atrair pela esperança, consentindo-lhe que, por nosso intermédio, se torne contagiosa para quantos a desejam, na certeza de que “a esperança não engana” (Rm 5, 5).

Vivamos igualmente este grande Jubileu da Redenção em atitude de “Peregrinos de Esperança”, reanimando e reavivando a nossa esperança, mesmo diante de tantas adversidades que o mundo, a sociedade e a Igreja estão a atravessar. Tenhamos gestos concretos para com os nossos irmãos. Que o Ano Santo seja cumulado das maiores bênçãos do Senhor para toda a humanidade, seja um ano jubilar restaurador e fecundo, abandonados nos braços da Divina Providência e sendo peregrinos de Esperança.

Durante este Ano Santo rezemos ainda mais pelas vocações leigas, sacerdotais e religiosas. Que o Senhor toque os corações dos nossos adolescentes e jovens na vivência deste Jubileu para o seguir com profundo amor. Rezemos igualmente pelos casais e pelas famílias a fim de que sejam berço de novas vocações de especial consagração que tanto necessitamos para colaborar com o Senhor na salvação do mundo.

Um outro evento que merece a nossa atenção, como Família Franciscana, é a abertura do VIII Centenário do Cântico das Criaturas que terá lugar no Santuário de São Damião, Assis, Itália, no dia 11 de Janeiro de 2025. Foi precisamente em 1225 que o Seráfico Pai São Francisco, com a saúde debilitada, quase completamente cego, compôs o Cântico das Criaturas. O Cântico é a expressão e confissão conclusiva neste mundo da vida do Poverello que recapitula todo o seu caminho de conformação com Cristo, Cristo Crucificado. O Cântico das criaturas convida-nos a parar diante da criação, a admirar a sua beleza, a cuidar da vida, como também a nossa querida Fundadora, que se abismava diante da natureza e dizia: “a natureza nos fala sempre de Deus, ou então não preciso de um livro para rezar pois por si a natureza é oração”. Que o Cântico das Criaturas nos ajude a contemplar a Beleza do Criador e ao mesmo tempo a ver a responsabilidade que devemos e somos chamadas a ter com a criação e a nossa Mãe Terra.

Que a Virgem Santa Maria, Senhora do Advento, Senhora do silêncio e da escuta, nos acompanhe nesta caminhada rumo ao Natal do Senhor, preparando-nos igualmente para o Jubileu que se aproxima.
Um fecundo e frutuoso Advento.

Ir. Cacilda Rosa Joaquim Torcida Gamboa

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