Alegrem-se o deserto e o descampado, rejubile e floresça a terra árida, cubra-se de flores como o narciso, exulte com brados de alegria… verão a glória do Senhor, o esplendor do nosso Deus. Fortalecei as mãos fatigadas e robustecei os joelhos vacilantes. Dizei aos corações perturbados; tende coragem, não temais: Aí está o vosso Deus, que vem para fazer justiça e dar a recompensa. Ele próprio vem salvar-nos. (Is 35, 1-4)
Eis-nos no tempo de Advento e o profeta Isaías através deste trecho convida-nos a alegrarmo-nos e a exultarmos com brados de alegria, porque a glória do Senhor está para se manifestar. Neste Advento somos convidados a viver este tempo de “espera”, de preparação da vinda do Senhor, com alegria; pois o Senhor quer visitar-nos, quer entrar nas nossas vidas, quer fazer morada em nós. Daí o convite que o profeta Isaías nos faz, a que nos alegremos e rejubilemos, porque a vinda do Senhor está iminente, está próxima; alegremo-nos, pois o Senhor está perto, quer oferecer-nos a vida nova; libertando-nos de tudo aquilo que nos preocupa, escraviza, nos fecha em nós mesmos e nos torna incapazes de reconhecer a presença de Deus no meio de nós, especialmente nos mais pobres e sofredores de hoje, do aqui e agora.
Percorrer o tempo de Advento implica reconhecermos que o Senhor, com a Sua vinda, quer fazer morada em nós, quer estar connosco, quer ser um connosco. Portanto, urge que abramos os nossos corações, preparando-nos interiormente e exteriormente para que ao chegar a noite do Natal, sintamos a alegria de que fala o profeta Isaías.
O Senhor vai chegar e com a Sua vinda o mundo novo se instaurará, a terra árida florescerá, as mãos fatigadas se fortalecerão bem como os joelhos vacilantes se robustecerão; com a vinda do Senhor nova vida inicia, novo dinamismo, nova coragem se adquire e novos sonhos acontecem. Façamos este caminho com alegria ao encontro do Senhor que vem fazer morada em nós; criemos em nós aquela atitude interior que nos permite acolher Jesus que de forma humilde vem habitar no meio de nós e nos oferece o Seu amor.
A alegria de que fala o profeta Isaías não está baseada em coisas, em bens, no trabalho, no descanso; no sucesso, na comodidade,…, nasce sim do facto de nos sentirmos amados e participantes do grande amor de Deus que, sendo Ele de condição divina, não se valeu da Sua igualdade com Deus, mas humilhou-se a Si próprio e assumiu a nossa condição de servo (cf. Fp 2, 6-11).
Que este tempo de Advento seja para nós um tempo de profunda renovação que nos permita celebrar a alegria do Natal.
Desejo-vos a todos uma fecunda caminhada do Advento, que o Deus connosco que está para chegar nos ajude e ensine a endireitar as veredas pedregosas do nosso caminho, tornando-nos mais solidárias e fraternos.
Irmã Cacilda Rosa Joaquim Torcida Gamboa, Superiora Geral