Religiosa Vitoriana, enfermeira, que esteve 10 anos ligada ao Seminário do Funchal, completa hoje 100 anos.
A Irmã Maria do Monte Saldanha, (Matilde Saldanha), nome de batismo, pertence à Congregação das Irmãs Franciscana de Nossa Senhora das Vitórias e completa hoje 100 anos.
Entrou na Congregação, no dia 23 de fevereiro de 1941, tinha então, 16 anos. Ingressou na Quinta Sant’Ana, Machico, mas depois foi para o Convento de S. Bernardino, Câmara de Lobos. Veio para a Quinta das Rosas para fazer a sua formação, em vista à Profissão Religiosa, que veio a concretizar-se no dia 20 de agosto de 1943.
Ainda muito nova, com apenas 22 anos, foi para as Missões, Moçambique, onde tirou o Curso de enfermagem, concluindo em 1950. Trabalhou no Hospital Europeu – Beira e depois passou para o Hospital do Macuti.
Após nove anos em Moçambique, regressou a Portugal. Teve oportunidade de continuar a estudar na área da enfermagem, obstetrícia, “Parteira-puericultura”.
Outra experiência na vida da Irmã Maria do Monte, passou-se em Roma, passando a exercer a sua profissão, na Clínica Bianco, um período ainda longo, de oito anos. A sua missão agora, leva-a até o Continente americano, o Brasil. Isto aconteceu no ano 1975, um ano especial na vida da Congregação: a abertura da primeira Comunidade no IPIRANGA – brasil. Foi representante da Superiora Geral, naquele país. Profissionalmente, foi integrada na Clínica dos Irmãos Camilianos, uma missão que durou 23 anos. Fez as suas bodas de ouro no Brasil.
Aos 73 anos a Irmã Maria do Monte, é chamada para outro serviço; assim, deixa os hospitais e vai trabalhar para o Seminário do Funchal (Jasmineiro); hoje, recordam a Irmã Maria do Monte como uma Irmã muito atenta e dedicada aos seminaristas. Passados dez anos nesta casa, a Irmã integra-se na Comunidade da Quinta das Rosas, pois as suas forças vão diminuindo e aqui, passa os dias rezando, meditando e louvando o Senhor. Vida silenciosa orante, tão importante como aquela que viveu nas missões, curando e ajudando muitos e muitas a nascerem.
Que este dia do seu centenário seja o corolário de uma vida dada aos outros e se expresse numa festa jubilosa, onde todos juntos, ergamos as mãos para o alto e digamos: tudo vem das Tuas mãos, recebe Senhor, o todo da sua vida!
Deixamos algumas expressões da Irmã, pronunciadas com muito sentimento e certa graça:
“A vida é um palácio”; “Durante a minha vida na Congregação, passei por várias Superioras Gerais: Irmã do Cenáculo, Irmã Serafina, Irmã Honorata, Irmã Dolores, Irmã Lurdes, Irmã Ilda, Irmã Ângela e Irmã Cacilda Gamboa”.
“Convivi de perto com a Irmã de S. Gil (do tempo da Fundadora); era muito boa para as jovens; lembra-se de ela dizer: -menina, faça-me isto, por favor, porque eu não posso. Tinha sempre algum biscoito para nos dar”.
“Sou feliz na vida religiosa, porque é uma vida de oração e trabalho; não podemos nunca nos separar dos outros, para ajudá-los a viver bem”; “Se na juventude não rezasse, agora não ia rezar”.
“Bendito seja Deus, pois me deu uma vida longa. Gosto muito de Nossa Senhora e do Menino Jesus; faço sempre o que ele gosta”.
Irmã Inês Sousa
(Matéria publicada em jornaldamadeira.com / Imagem:D.R.)