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Encontro de Juniores

As Irmãs Juniores do ano de preparação para a Profissão Perpétua participaram do encontro de formação em Fátima, de 22 a 24 de novembro 2024, assessorado pelo Reverendo Padre José augusto Leitão, SVD e Irmã Maria Amélia, FHIC, cujo tema foi Vida consagrada: Um sim que se renova sempre!

Eis a partilha das Irmãs: Ao refletirmos sobre este tema, foi na dada para reflexão a parábola do cavalo que segue: Certa vez, um jovem recebeu do rei a tarefa de levar uma carta e alguns diamantes a outro rei, de uma terra distante. Para a viagem, recebeu o melhor cavalo do reino. “Cuida do mais importante e cumprirás a tua missão”, disse o rei ao se despedir.

O rapaz preparou seu alforje. Escondeu a carta na bainha da calça e colocou as pedras numa bolsa de couro amarrada na cintura, por baixo das vestes. Pela manhã bem cedo, sumiu no horizonte. Ele não queria falhar em nada, a fim de que todo o reino soubesse que era um nobre e valente rapaz, pronto para desposar a princesa. Aliás, esse era o seu sonho, e parecia que a princesa correspondia às suas esperanças.

Para cumprir rapidamente a tarefa, por vezes deixava a estrada e pegava atalhos que sacrificavam sua montaria. Essa forma exigia o máximo do animal. Quando parava em uma estalagem, deixava o cavalo ao relento, não lhe tirava a sela nem a carga, tampouco se preocupava em lhe dar de beber ou comer.

“Assim, meu jovem, acabas perdendo esse animal”, disse alguém. “Não me importo” respondeu ele. “Tenho dinheiro. Se este morrer, comprarei outro. Nenhuma falta ele me fará”.

Com o passar dos dias, sob tamanho esforço, o pobre animal não suportou mais os maus tratos e caiu morto na estrada.

O jovem seguiu o caminho a pé. Mas como naquela região havia poucas fazendas e eram muito distantes uma da outra, muito rápido o moço se deu conta da falta que lhe fazia o animal.

Depois de algum tempo, ficou exausto e deixou pelo caminho tudo o que levava, menos a mensagem e os diamantes, pois se lembrava da recomendação do rei: “Cuida do mais importante”.

Assim, conseguiu chegar ao destinatário, o rei. Este recebeu as pedras de diamante e a carta que dizia o seguinte:

“Ao meu irmão, rei da terra do Norte. O jovem que te envio é candidato a casar-se com minha filha. Esta jornada é um teste. Dei a ele alguns diamantes e um bom cavalo. Recomendei que cuidasse do mais importante. Faz-me, portanto, a gentileza de verificar o estado do cavalo. Se ele cuidou bem do animal, saberei que cuidará bem da minha filha e dos demais cidadãos. Se, porém, ele sacrificou o animal e cuidou só das pedras, não será um bom marido nem rei, pois terá olhos apenas para o tesouro do reino e não dará importância à rainha nem àqueles que o servem”.

Sentimo-nos tocadas com esta parábola para vermos o que é o mais importante e essencial na Vida Consagrada: a pessoa de Jesus Cristo a quem demos o nosso sim, de forma renovada e confirmada na vida cotidiana através do testemunho e da vivência do carisma congregacional com que nos identificamos, o cuidado com a vida de cada pessoa, que é o bem mais precioso da Igreja, de cada Congregação e da sociedade. A Igreja são as pessoas, a Congregação são as pessoas. Se a pessoa vai bem, a Igreja também estará bem, se a pessoa estiver bem, a Congregação também estará bem.

Por isso a Vida Consagrada exige de nós um amor oblativo a Deus e aos irmãos a que somos chamadas a servir na simplicidade e alegria, com equilíbrio na vida humana e espiritual para que não caiamos na tentação do ativismo, que é o fazer muito descurando a parte espiritual. Que a nossa missão seja intensa e fecunda, com inteira disponibilidade, mas que nunca nos falte a vontade de buscar na fonte da Eucaristia o nosso sustento, para levar Jesus aos outros e encontrá-lo também em cada pessoa.

Outra provocação que nos foi feita é sobre como estamos a ser luz no mundo, isso nos pede para passar uma mensagem clara da nossa vocação e missão. Precisamos distinguir o que é o mais importante e urgente a fim de lermos a primeira e a última letra da Vida Consagrada. Qual seria a primeira e a última letra que torna legível a minha vida como consagrado/a? Muitos valores vieram ao de cima: Alegria, amor, entrega, misericórdia, despojamento, simplicidade. E até fizemos um acróstico com a palavra Consagração:  

C

risto

O

ração

N

ascer de novo

S

implicidade

A

mor

G

ratuidade

R

enovação / Conversão

A

legria

C

uidado

A

mizade

O

bras

A Vida Consagrada é um sim que se renova e que se atualiza na nossa missão, pois todos os dias precisamos ter a coragem e a disponibilidade para seguir o Mestre e testemunhá-lo no contexto sociocultural, aonde nos encontramos na Igreja e no mundo. É o próprio Jesus que renova o nosso sim, nos faz d´Ele e nos sustenta com o Seu amor e nós correspondemos com a nossa vontade de o seguir com fidelidade no viver de cada dia, conforme refletimos em Marcos 3: Jesus chamou os que Ele quis e foram ter com Ele…

Outra pergunta para a nossa reflexão foi: o que leio nos consagrados que já fizeram votos perpétuos e que eu queria imitar ou evitar para não perder a minha identidade de consagrada/o? A nossa partilha foi profunda: Para seguir o exemplo dos consagrados mais velhos: Uma relação esponsal forte com o Divino Amor, a disponibilidade para servir na vida comunitária, o amor aos mais pobres, a coerência de vida, alegria, acolhimento, o espírito de sacrifício, a paciência para acompanhar e aprender uns com os outros, a entrega total, fazer as coisas com amor. Pessoa de Deus, feliz, humana, que inspire paz, identificada com o carisma.

Coisas a evitar: acomodação, incoerência, mediocridade, mundanismo espiritual, vida sem oração, ativismo e a impaciência na formação dos mais novos.

Deus nos ajude a vivermos a Vida Consagrada com uma amor apaixonado por Jesus e pelo Seu projeto de salvação. Sabemos que podemos acolher com fé a vontade de Deus, pois as suas surpresas em nossas vidas são de amor, beleza e graça.

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