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Curso de Missiologia: Ide e convidai a todos para o banquete (Mt 22, 9)

De 26 a 31 de agosto de 2024, algumas Irmãs da Congregação participaram do curso de Missiologia em Fátima, na casa dos Missionários da Consolata, com membros de outras Congregações religiosas e Sacerdotes e cristãos leigos. Tivemos vários professores durante este curso que foi intenso e teve grande profundidade. Este curso é organizado pelo IMAG, Institutos Missionários Ad Gentes.

Na espiritualidade missionária, aprendemos que a exemplo dos Apóstolos não se pode testemunhar Cristo, sem dar a vida por Ele e pelo seu projeto de salvação.

Na Cruz, no extremo ato de amor, Jesus assumiu em si o pecado e as suas consequencias. Assim, Ele nos ensinou que o mal se vence com o amor. O pecado é retirado do mundo com amor.

Na Ressurreição Jesus apareceu com as marcas da Paixão. Isso significa que nós também, mesmo com as nossas feridas, marcas, cicatrizes da vida, podemos testemunhar Jesus Cristo Ressuscitado e Ressuscitador.

Cristo ao partir para a sua morte convidou os apóstolos a irem com Ele, mas eles fugiram com medo. O Senhor não desiste deles, vem atrás deles novamente Ressuscitado. E então estes apóstolos venceram o medo, foram capazes de anunciar o Cristo Ressuscitado e testemunhá-lo até o martírio.

A missão é o Amor que se dá.

É da comunidade Trinitária que nasce o Mistério de Cristo. A identidade das Pessoas Trinitárias é um movimento de entrega e acolhimento.

As Pessoas Divinas dão- se umas às outras. Na Trindade o amor é uma dança que circula na vida das pessoas.

A raiz do esvaziamento do Verbo está no Pai, que sem Se esgotar, esvazia-se de Si dando o Filho ao mundo. O Espírito Santo preside esta ação da natureza divina unir-se à humana. O Espírito Santo descerá sobre ti (Lc 1,26ss)

Na Eucaristia, que é ação de graças, Jesus recebe o amor do Pai, agradece e Se oferece como Sacerdote ao mundo.

O amor é dar e receber.

O amor não é só dar, mas também não é só receber. É preciso deixar-se ser preenchido pelo amor de outra pessoa.

No Evangelho segundo Lucas 1, 1-4, ele nos chama e convida a sermos Teófilos, que significa Amigo de Deus.

Este Evangelho é o Evangelho missionário que nos faz entender que o missionário precisa ser uma pessoa diferente, voltada para Deus, para os outros e para o mundo. Uma pessoa voltada para si mesma não pode ser missionária.

Ao falar de Estética e Comunicação da fé, a professora teóloga Cátia Tuna, mostrou-nos o exemplo de Padre Antonio Vieira que no passado fez um sermão em Lisboa, que deixou a Igreja perplexa: Quem me dera ter neste auditório todo o mundo, a Espanha, Roma e todos os países da terra:

Vedes os cativeiros, vedes a fome dos povos, vedes as calamidades, vedes o desprezo das leis divinas, vedes a condenação e a perda de tantas almas, vedes as lágrimas dos pobres, vedes a escravidão de tantos, vedes os doentes desolados! Vedes a morte de tantas crianças?

Vedes ou não vedes?

Se vedes, como não remediais?

Se não remediais, como vedes?

Estais cegos!

E hoje, por que nós missionários não fazemos estes sermões?

Não fazem sentido?

Não existe nada para denunciar?

Nós, hoje, o que temos de mais importante para falar ao mundo?

Precisamos ser missionários profetas hoje para anunciar e denunciar, testemunhas no limite, ter a capacidade de testemunhar Jesus Cristo até as últimas consequências, nos pediu o Sr. Bispo Dom Antonio Couto.

Dom José Cordeiro, Sr. Bispo de Braga nos trouxe algumas linhas orientadoras para a Igreja em Portugal, saídas do Quinto Congresso Eucarístico Nacional, em Braga, de 31 de maio a 2 de junho de 2024:

1. Redescobrir que a centralidade eucarística vai para além do Domingo. Participamos da Santa Missa não só por devoção, mas por obediência ao mandato de Cristo: “Fazei isto em memória de mim”.

2. Manter as igrejas abertas e revalorizar a adoração eucarística.

3. Procurar o equilíbrio entre a Tradição e a necessidade de introduzir novas linguagens na liturgia.

4. Reforçar a Eucaristia como escola de fraternidade e sacramento de unidade.

5. Garantir a autenticidade e coerência entre o que se vive e anuncia.

6. Assumir a Sinodalidade a partir da Eucaristia como lugar onde a Igreja de renova na comunhão, na participação e na missão.

7. Ser sinal de esperança. O amor à Eucaristia consolida a fraternidade, promove o perdão e a paz, tornando-se fonte inesgotável de esperança para o mundo.

Os missionários nos trabalhos de grupos, levantamos alguns desafios na missão da Igreja em Portugal:

Formação de uma Igreja toda ministerial;

Acolher a todos, sobretudo aos migrantes e aos que mais precisam;

Uma catequese sólida para crianças e adultos, que não seja somente para preparar para os sacramentos, mas para ser Igreja viva;

Uma Igreja mais próxima das pessoas.

Que assim seja! 

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