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“Ai de nós quando a fé deixar de ser uma inquietação” – D. Nuno Brás

A igreja de São Pedro acolheu no sábado, dia 29 de abril, uma Vigília de Oração com a qual se assinalaram os 150 anos da conversão da Irmã Wilson à Igreja Católica.

O momento foi presidido pelo bispo do Funchal, que explicou que “naquela noite de 29 para 30 de abril a Irmã Wilson chegava ao fim de um caminho, o caminho da fé, um caminho que a levou de uma sinceridade da fé cristã vivida na Igreja Anglicana e que a conduziu daí à procura da verdade plena da fé”.

“A fé não é qualquer coisa que esteja feita, a fé é sempre inquietação e ai de nós quando a fé deixar de ser inquietação; ai de nós quando nos sentirmos já todos realizados; ai de nós quando tudo parecer já estar concluído”, frisou o prelado, para logo acrescentar que “a fé é sempre uma procura”.

A Irmã Wilson “viveu tudo isto de uma forma muito intensa, procurou inquieta”. Faltava-lhe “a realidade da Eucaristia”. Agarrada a uma imagem de Nossa Senhora das Vitórias, “ela procurou, insistentemente, respostas para as duas dúvidas”. A sua persistência e confiança fizeram com que as suas dúvidas fossem esclarecidas.

Naquela noite, “foi-lhe dada a graça da fé”, uma graça que “Deus quer dar a todos e que, por isso mesmo, exige esta disponibilidade, em primeiro lugar para que Deus nos ponha em causa, esta disponibilidade para que Deus nos conduza a lugares que nós nunca tínhamos sonhado e a disponibilidade para aquilo que Deus quer fazer de nós e connosco”.

A Fé que “é a realidade maior que ilumina toda a nossa vcida toda a nossa existência e pela qual temos de agradecer”, sublinhou D. Nuno para logo lembrar que, no caso da Irmã Wilson, o caminho não terminou por ali. Naquele momento de intimidade com Deus, em que ela consegue perceber a presença do Senhor na Eucaristia, “ganha ânimo”, para não desistir e continuar caminho que a levou a fundar a Congregação das Irmãs de Nossa Senhora das Vitórias.

“Peçamos ao Senhor, também nós, o dom da fé, esta disponibilidade para aquilo que Ele quiser, mas também a persistência agradecida pelo dom da fé e que, à semelhança da Irmã Wilson, também nós sejamos capazes de deixar que o Senhor vença em nós as batalhas”.


Foto: Duarte Gomes

 

Cultivar o dom da fé

No início da vigília a Irmã Ana de Freitas Marques da Silva, Superiora Provincial, fez o enquadramento da mesma lembrando que este era um momento de fazermos memória deste acontecimento, mas também de reconhecer que “todos nós vivemos as nossas noites escuras para as quais precisamos de pedir luz”.

Já no fim deste momento revestido de muito significado e emoção, a religiosa manifestou “a nossa profunda gratidão por tudo o que aconteceu na vida da Irmã Wilson e através dela também nas nossas vidas”. Sobretudo o dom da fé, que “precisamos cultivar”.

“A Irmã Wilson pediu, acolheu, cuidou e por isso permaneceu fiel”, lembrou a Irmã Ana de Freitas Marques da Silva, para logo acrescentar que aquele não foi “só um momento para louvar o Senhor por esse dom vida, vivido e testemunhado, mas foi também para nós um desafio a sermos mais cristãs, a vivermos mais ao seu jeito, a ser luz servida no meio onde nos encontramos: na família, no espaço de trabalho, enfim, naqueles momentos que o Senhor nos concede vier”.

Agradeceu ainda a disponibilidade de D. Nuno Brás para presidir à vigília, ao cónego João Francisco Dias, que também esteve no altar, por mais uma vez ter aberto as portas da igreja de São Pedro, a presença de alguns institutos, ao coro e demais pessoas presentes.

Terminou na esperança de que “do céu a Irmã Wilson continue a interceder por nós”. De resto, continuou, “se estamos cá é porque ela nos fala, porque ela nos interpela e espera de nós o testemunho a passar às gerações vindouras”.

Para além das velas que cada um dos presentes foi convidado a acender, sobre o altar estavam outras tantas que seriam depois enviadas para as 13 comunidades existentes na Madeira e no Porto Santo, para as seis escolas e as duas instituições de solidariedade social e para os Amigos da Irmã Wilson.

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