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02 de Fevereiro de 2024 – XXVIII Dia Mundial da Vida Consagrada

Celebramos com muita alegria e gratidão a Deus, nosso Pai, este dia tão importante para nós. Em comunhão com a Igreja e com as várias Conferências dos Religiosos nos países onde nos encontramos. As palavras da Boa Mãe Fundadora nos ajudam a sermos gratas pelo dom da vocação: “A vocação religiosa é a maior graça que Deus dá à criatura”. E também nos convida a sermos consistentes na resposta ao chamado de Deus: “Devemos ser pedras firmes nas quais Deus vai edificar a Sua obra”!

Para bem vivermos este dia fomos iluminadas pela Palavra de Deus, nesta festa da Apresentação do Senhor e pela palavra da Igreja, como se segue:

 Da Homilia do Papa Bento XVI, Dia Mundial dos Consagrados, 02 de fevereiro de 2007: Queridos irmãos e irmãs, a festa que hoje celebramos recorda-nos que o vosso testemunho evangélico, para ser verdadeiramente eficaz, deve brotar de uma resposta sem reservas à iniciativa de Deus que vos consagrou em si com um especial ato de amor. Como os idosos Simeão e Ana estavam desejosos de ver o Messias antes da sua morte e falavam dele “a todos os que esperavam a redenção de Jerusalém” (cf. Lc 2, 26.38), assim também neste nosso tempo difunde-se, sobretudo entre os jovens, a necessidade de encontrar Deus. Quantos são escolhidos por Deus para a vida consagrada realizam precisamente de modo definitivo este anseio espiritual. De facto, habita neles uma só expectativa, a do Reino de Deus: que Deus reine nas nossas vontades, nos nossos corações, no mundo. Neles arde uma única sede de amor, que só o Eterno pode satisfazer.

Com o seu exemplo proclamam um mundo com frequência desorientado, mas na realidade cada vez mais em busca de um sentido, que Deus é o Senhor da existência, que a sua “graça vale mais que a vida” (Sl 62, 4). Escolhendo a obediência, a pobreza e a castidade pelo Reino dos céus, mostrando que cada afeição e amor às coisas e às pessoas é incapaz de saciar definitivamente o coração; que a existência terrena é uma expectativa mais ou menos longa do encontro “face a face” com o Esposo divino, expectativa que se deve viver com o coração sempre vigilante para estarmos prontos a reconhecê-lo e a acolhê-lo quando ele vier.

Portanto, por sua natureza a vida consagrada constitui uma resposta a Deus total e definitiva, incondicionada e apaixonada (cf. Vita Consecrata, 17). E quando se renuncia a tudo para seguir Cristo, quando se lhe dá o que se possui de mais precioso enfrentando qualquer sacrifício, então, como aconteceu para o Mestre divino, também a pessoa consagrada que segue os seus passos se torna necessariamente “sinal de contradição”, porque o seu modo de pensar e de viver muitas vezes está em contraste com a lógica do mundo, como quase sempre se apresenta nos meios de comunicação social. Escolhe-se Cristo, aliás, deixamo-nos “conquistar” por Ele sem reservas.

Diante desta coragem, quanta gente sequiosa da verdade permanece estupefacta e atraída por quem não hesita em dar a vida por aquilo em que crê. Não é esta a fidelidade evangélica radical à qual é chamada, também neste nosso tempo, cada pessoa consagrada? Demos graças ao Senhor por que tantos religiosos e religiosas, tantas pessoas consagradas, em todas as partes da terra, continuam a oferecer um testemunho supremo e fiel de amor a Deus e aos irmãos, testemunho que com frequência se tinge com o sangue do martírio. Agradeço a Deus porque estes exemplos continuam a suscitar também hoje no coração de muitos jovens o desejo de seguir Cristo para sempre, de modo íntimo e total.

 

Da Homilia do Papa João Paulo II, Dia Mundial dos Consagrados, 02 de fevereiro de 2001: Este é um contributo que vós estais chamados a dar quotidianamente, em primeiro lugar, com a fidelidade à vossa vocação de pessoas totalmente consagradas a Cristo. Por conseguinte, o vosso empenho primário não pode deixar de estar em sintonia com a contemplação. Cada realidade de vida consagrada nasce e regenera-se todos os dias na incessante contemplação do rosto de Cristo. A própria Igreja haure o seu impulso do confronto quotidiano com a inexaurível beleza do rosto de Cristo seu Esposo.

Se cada cristão é um crente que contempla o rosto de Deus em Jesus Cristo, vós soi-lo de maneira especial. Por isso, é necessário que não vos canseis de vos deter a meditar as Sagradas Escrituras e, sobretudo, os sagrados Evangelhos, para que se impregnem em vós as características do Verbo encarnado.

Voltar a partir de Cristo, centro de todos os projetos pessoais e comunitários: eis o empenho! Caríssimos, encontrai-o e contemplai-o de maneira totalmente especial na Eucaristia, celebrada e adorada todos os dias, como fonte e ápice da existência e da ação apostólica.

“Luz para iluminar as nações e glória de Israel” (Lc 2, 32). A vida consagrada está chamada a refletir de maneira particular a luz de Cristo. Olhando para vós, caríssimos Irmãos e Irmãs, penso na multidão de homens e mulheres de todas as nações, línguas e culturas, consagrados a Cristo com os votos de pobreza, virgindade e obediência. Este pensamento enche-me de conforto, porque vós sois como o “fermento” de esperança para a humanidade. Sois “sal” e “luz” para os homens e as mulheres de hoje, que no vosso testemunho podem entrever o Reino de Deus e o estilo das “Bem-aventuranças” evangélicas.

Como Simeão e Ana, tomai Jesus dos braços da sua Mãe Santíssima, repletos de alegria pelo dom da vocação, levai-o a todos. Cristo é a salvação e a esperança para cada homem! Anunciai-o com a vossa existência dedicada totalmente ao reino de Deus e à salvação do mundo. Proclamai-o com a fidelidade sem hesitações que, mesmo recentemente, levou ao martírio alguns irmãos e irmãs vossos em várias partes do mundo.

Sede luz e conforto para cada pessoa que encontrais. Como velas acesas, ardei com o próprio amor de Cristo. Consumi-vos por Ele, difundindo em toda a parte o Evangelho do seu amor. Graças ao vosso testemunho também os olhos de tantos homens e mulheres do nosso tempo poderão ver a salvação preparada por Deus “para todos os povos / luz para iluminar as nações / e glória do teu povo, Israel”.

Da homilia do Papa Francisco na Santa Missa para os Consagrados, 02 de Fevereiro de 2021: “Esta é a razão da nossa esperança: Deus espera por nós, sem nunca Se cansar. Deus espera por nós, sem nunca Se cansar. E aqui está o motivo da nossa esperança. Quando nos afastamos, vem procurar-nos; quando caímos por terra, levanta-nos; quando regressamos a Ele depois de vagar perdidos, espera-nos de braços abertos. O seu amor não se mede com os pesos dos nossos cálculos humanos, mas sempre nos infunde a coragem de recomeçar. Ensina-nos a resiliência, a coragem de recomeçar. Sempre, todos os dias. Depois das quedas, recomeçar sempre… Ele é paciente.

E consideremos a nossa paciência. Da paciência de Deus e da de Simeão, aprendamos para a nossa vida consagrada. E perguntemo-nos: Que é a paciência? De certeza não é simples tolerância das dificuldades nem suportação fatalista das adversidades. A paciência não é sinal de fraqueza: a fortaleza de ânimo torna-nos capazes de «levar o peso», de suportar: suportar a carga dos problemas pessoais e comunitários, leva-nos a acolher a diversidade do outro, faz-nos perseverar no bem mesmo quando tudo parece inútil, impele-nos a caminhar mesmo quando nos assaltam o tédio e a preguiça.

Gostaria de indicar três «lugares» onde se concretiza a paciência: O primeiro é a nossa vida pessoal. O segundo lugar onde se concretiza a paciência: a vida comunitária. Enfim o terceiro «lugar», a paciência com o mundo.

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